Atravessei a pequena passarela no bairro do Agodi-Gate em Ibadan, e atraído pela energia do olhar humano invisível desta jovem, e fez girar o olhar e enxergar o seu olhar penetrante. Desta jovem com expressões angelicais, simétrica, vestida ao estilo vitoriana. De onde teria ela saído? Pausadamente nossos olhares se somaram e, de imediato cliquei na composição vertical. Talvez ela também tenha imaginado a mesma coisa em relação a mim. Parti sabendo em ter conseguido uma imagem expressiva.
Ao retornar a São Paulo vendo a imagem, lamentei o anonimato dela. Recorri via carta para o engenheiro assistente, Gabriel Adigun, com detalhes da imagem no local e obtivi retorno de uma carta via fax, escrita de próprio punho, Olajumoke Olamyan da tribo Ioruba. Dizia saber que, um dia eu retornaria ao seu contato. A imagem de Olajumoke foi pôster divulgação nacional e no convite da Exposição solo no evento Expressão Negra no Museu de Imagem e Som de São Paulo em 1997.
Ela me escreveu ano depois, "eu sabia que você algum dia voltaria".